Benefícios corporativos podem ser tradicionais ou flexíveis e ajudam a atrair e reter talentos.
Todo mundo precisa de motivação no trabalho e, para algumas pessoas, ela vem por meio dos atributos oferecidos pelas organizações. Os benefícios corporativos estão entre os aspectos considerados importantes por trabalhadores, sendo considerados como critério para aceitar ou não uma proposta de emprego.
Segundo pesquisa da consultoria de carreira e recrutamento Robert Half, 97% dos profissionais afirmam levar os benefícios em consideração na hora de assinar um contrato. Além disso, 51% dessas pessoas disseram que se a empresa não oferecer os auxílios desejados, tentam negociar o salário.
Entretanto, muitas das informações descritas em vagas de emprego nem sempre são, de fato, benefícios corporativos. Por isso, é necessário saber o que configura esse tipo de incentivo e quais são os mais comuns no ambiente de trabalho.
O que é benefício corporativo?
Como o próprio nome sugere, os benefícios corporativos são vantagens que uma empresa oferece aos funcionários. Os auxílios são responsáveis por trazer melhorias na qualidade de vida do colaborador, dentro e fora do trabalho. De acordo com a Associação Brasileira de Recursos Humanos, eles também são responsáveis por atrair e reter talentos.
Há diferentes tipos de benefícios corporativos. Os tradicionais são fixos e seguem a política interna da empresa, como planos de saúde e odontológico, benefício alimentação e auxílio-creche. Já os flexíveis são personalizados, podendo ser usados de acordo com a individualidade dos colaboradores, como é o caso do vale-cultura e dos cartões flexíveis aceitos em diferentes lugares.
Benefícios corporativos tradicionais mais comuns
O plano de saúde é um dos benefícios corporativos tradicionais mais comuns nas empresas. Também é o mais valorizado pelos profissionais, conforme pesquisa realizada pela consultoria Mercer, no ano passado. Entre os entrevistados, 25% informaram ter recusado uma vaga de emprego por conta da ausência do auxílio, que contribui diretamente para o bem-estar físico e mental.
Segundo a ABRH, o plano de saúde é um dos principais motivos para a permanência dos funcionários em uma empresa. Quando estendidos aos familiares dos colaboradores, o atrativo é ainda maior, assim como o plano odontológico, focado na saúde bucal.
Outros benefícios que se enquadram na categoria são o vale-alimentação e o vale-refeição, que oferecem ao trabalhador um complemento para que possam se alimentar. O valor é estipulado pela organização e segue o padrão da região onde ela está localizada. Mais do que uma vantagem econômica, esse tipo de benefício tem a proposta de oferecer mais qualidade de vida aos trabalhadores.
Há, também, o auxílio-creche, um atrativo para os colaboradores que têm filhos pequenos em casa e não têm com quem deixá-los durante o expediente. A orientação da ABRH é que a empresa realize uma pesquisa para identificar o perfil dos funcionários a fim de saber se há demanda para a oferta desse benefício.
Benefícios corporativos flexíveis
Os benefícios corporativos flexíveis são variados e podem ganhar diferentes vertentes, dependendo de cada empresa. Um dos mais comuns é o vale-cultura, que oferece mais lazer ao colaborador, já que pode ser usado para ir em cinemas, museus, peças de teatro e, também, comprar livros.
Os cartões de benefícios flexíveis são outro exemplo. Trata-se de um auxílio que gera otimização e simplifica os processos, centralizando em um único cartão o saldo que pode ser usado para despesas de diferentes naturezas.
As cestas oferecidas no fim de ano ou em épocas festivas também fazem parte desse grupo de benefícios, assim como, as bonificações concedidas no dia de aniversário. Outros exemplos são a educação corporativa e os auxílios home office e para a realização de atividade física.
Atenção aos “benefícios” das vagas de emprego
Na internet, tem viralizado vagas de emprego que oferecem “benefícios” que não se caracterizam como tal. Há empresas que destacam o pagamento do salário em dia, enquanto outras apontam a existência de um ambiente disponível para alimentação.
Para não realizar anúncios equivocados, os gestores devem compreender corretamente a natureza dos benefícios. Já para os profissionais, a informação também é importante, pois é necessário se manterem atentos para não caírem em ciladas.
Em entrevista à imprensa, o coordenador do curso de direito da UNINASSAU Paulista, Paulo Rodrigo, alerta que algumas das vantagens descritas nas vagas não são benefícios, mas sim, estratégias de mercado utilizadas pelas empresas para atrair profissionais que costumam interpretá-los como vantagem.
Segundo ele, o salário em dia não é um benefício, pois se trata de uma determinação legal. O mesmo pode ser aplicado para o ambiente reservado para alimentação, que deve ser algo fixo em toda organização.
Novos ambientes
Salas de jogos com fliperama, videogame, mesas de sinuca e pebolim já são realidade em algumas empresas. Também há aquelas que oferecem sessões de massagem e ginástica laboral, dress code casual e a possibilidade do funcionário levar o animal de estimação ao trabalho. Apesar das iniciativas agradarem e contribuírem para motivar os funcionários, elas não se configuram como benefícios corporativos.
Em entrevista à imprensa, o professor de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Estevam Salgueiro, alertou sobre essas ações não serem isoladas. “De nada adianta criar uma sala antiestresse se a empresa paga salários baixos, não tem plano de carreira e toma decisões autoritárias.”
Para ele, as medidas são adicionais e devem funcionar como a “cereja do bolo” de uma organização que prega pelo respeito e bem-estar dos trabalhadores.
Gabriel Lafetá Rabelo
Especialista em marketing digital, SEO, redes sociais.